Sem Vida Útil Padrão para Fundações de Parafuso

Quando um cliente investe numa fundação, uma das primeiras perguntas é frequentemente: “Quanto tempo vai durar?” ou “Como posso determinar a vida útil de uma fundação de parafuso?”
É uma pergunta lógica, pois a fundação forma a base de toda a construção. Se a fundação falhar, tudo o que está por cima fica comprometido.

A vida útil não é apenas uma questão técnica, mas também financeira e de sustentabilidade: durante quanto tempo o investimento permanecerá fiável e de baixa manutenção? Não existe uma resposta única, porque a vida útil depende sempre das condições locais do solo e do ambiente. Em última instância, é o solo que tem a última palavra. Por isso, é importante distinguir entre duração de uso e vida útil.

Duração de uso vs. vida útil

Nas fundações de parafuso em aço (também conhecidas como estacas tubulares de aço com rosca), a distinção entre duração de uso e vida útil desempenha um papel essencial.
Embora estes termos sejam frequentemente usados como sinónimos, significam coisas diferentes e exigem avaliações distintas.

Duração de uso: o período durante o qual a fundação deve cumprir a sua função em relação à estrutura. Uma habitação temporária pode exigir 10 anos, enquanto uma residência deverá durar entre 50 e 100 anos.

Vida útil: a durabilidade técnica intrínseca do material e da estrutura de suporte. No caso das fundações de parafuso em aço, isto significa: durante quanto tempo o aço permanece suficientemente resistente e protegido contra a corrosão, nas condições existentes, para desempenhar com segurança a sua função estrutural.

O princípio é simples: se a vida útil for superior à duração de uso, não há problema. Mas se a vida útil for mais curta, devem ser tomadas medidas adicionais.

Solo e ambiente como fatores determinantes

A vida útil das fundações de parafuso em aço é fortemente influenciada pelas condições do solo em que são instaladas. Os processos de corrosão no subsolo determinam a velocidade com que o aço se degrada. Para uma previsão fiável da vida útil, são sempre necessários dados sobre o solo. Num estudo ambiental detalhado, é avaliada a qualidade química do solo e da água subterrânea no local específico. Os fatores mais importantes são:

Tipo de solo: cada tipo de solo tem as suas próprias características e influência nos processos de corrosão. Faz diferença se as estacas são instaladas em areia, argila, turfa ou lodo. O teor de humidade, a permeabilidade e o nível de oxigénio têm um grande impacto na velocidade da corrosão.
Água subterrânea: outro fator importante é o nível freático e a sua flutuação. Em camadas permanentemente húmidas e sem oxigénio, a corrosão é relativamente lenta. Nas zonas de transição, onde o solo alterna entre seco e húmido, o processo de corrosão acelera consideravelmente.
Acidez (pH): o valor de pH do solo tem grande influência. Em solos ácidos (baixo pH), a corrosão é acelerada. Em solos neutros ou ligeiramente alcalinos, podem formar-se camadas protetoras naturais sobre o aço, prolongando a sua vida útil.
Sais e condutividade: o teor de sais e a condutividade elétrica do solo são fatores críticos. Cloretos e sulfatos, frequentemente presentes em zonas costeiras ou solos contaminados, aumentam significativamente a corrosão. A condutividade elétrica indica a intensidade dos processos eletroquímicos e, portanto, da corrosão.
Matéria orgânica: além dos fatores químicos, a atividade orgânica no solo também desempenha um papel. Em solos turfosos ou ricos em matéria orgânica, podem ocorrer processos microbiológicos que causam a chamada MIC (corrosão induzida microbiologicamente), resultando em deterioração localizada do aço.
Oxigénio: por fim, a disponibilidade de oxigénio é crucial. Em maiores profundidades, onde há pouca presença de oxigénio, o aço pode permanecer intacto durante períodos surpreendentemente longos. Perto da superfície, onde o oxigénio está periodicamente presente, as condições são mais críticas. É por isso que as análises químicas do solo são frequentemente concentradas nesta camada.

Do estudo do solo ao projeto da fundação

A única forma fiável de prever a vida útil de uma fundação de parafuso é através de um estudo do solo específico para o local. Para avaliar a capacidade de carga, realiza-se normalmente um ensaio de penetração (CPT) que determina a estratificação e a resistência do solo. No entanto, para avaliar a vida útil, é necessário um estudo químico complementar, pois é a qualidade química do solo que determina a velocidade de corrosão do aço.

Geralmente são recolhidas várias amostras de solo distribuídas pelo terreno. Quanto maior a área, maior o número de amostras necessárias. Estas são analisadas em laboratório, e com base nos resultados são feitas estimativas e decisões de projeto — como a taxa de perda da camada de zinco (em micrómetros por ano) e a taxa de corrosão do aço (em milímetros por ano). A partir destes dados, é possível calcular com precisão a espessura mínima da parede do tubo de aço, considerando as cargas de projeto e uma margem de corrosão adequada para o longo prazo.

Além disso, avalia-se a necessidade de medidas de proteção adicionais, como revestimentos especiais, galvanização ou mesmo proteção catódica.
Com esta abordagem, a vida útil intrínseca do sistema de fundação pode ser ajustada de forma ideal à duração de uso prevista da estrutura.

O resultado é uma fundação que permanece fiável não apenas hoje, mas também no futuro.

Conclusão

A vida útil de uma fundação de parafuso não é um valor fixo. Solo, água subterrânea e química determinam a durabilidade real.
Por isso, baseamos sempre as nossas previsões em dados comprovados, para que saiba exatamente em que pode confiar.

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